quinta-feira, 29 de março de 2012

Um minuto na vida, ou a vida num minuto na BR 381?


Alguém aí lembra daquela velha história de duplicação da BR 381 que alguns espertalhões chamam de “rodovia da morte”. Digo isso porque a estrada não mata ninguém, os motoristas é que estão se matando nela ao pilotar em alta velocidade sem respeitar as placas da sinalização, sem respeitar as curvas, sem respeitar as outras pessoas que por ela viajam, sem respeitar as deficiências das pistas, sem respeitar suas próprias vidas.
É público e notório que a estrada precisa sim, com urgência, da duplicação, mas, algumas boas doses de educação e prudência por parte dos motoristas, além de fiscalização efetiva por parte da Polícia Rodoviária amenizariam o massacre que testemunhamos hoje até mesmo nas rodovias que já foram duplicadas. Isso mesmo, os trágicos acidentes continuam acontecendo até mesmo nas rodovias consideradas modernas e seguras.
Estava a pouco ouvindo um amigo dizer que, dentro de um desses carros mais novos, você pode subir e descer montanhas fazendo 120 no ponteiro com a sensação de estar há 60 km/h. Bacana, emocionante, só que, na hora de uma emergência é que o “bicho”, ou, talvez, a morte pega. No início da semana passada, em um período de 11 horas, 13 pessoas morreram nas estradas mineiras. Todas em acidentes com carros novos e rápidos, a maioria em batidas frontais. De quem é a culpa: das estradas ou dos motoristas? Quem errou foi punido?
Mas este é outro caso para outra abordagem! Voltando à duplicação da BR-381 o projeto foi orçado em R$ 4 bilhões para a reforma entre BH e Governador Valadares. O governo gastou milhões na elaboração do projeto técnico (onde se inclui a retirada de João Monlevade e Bela Vista de Minas do trajeto) que ficou na gaveta de algum engenheiro. Informação do Dnit é de que a obra seria iniciada em dezembro do ano passado, mas até hoje não foi aberto nem processo de licitação.
 A BR 381 tem uma história interessante. A rodovia começou com uma trilha aberta por tropeiros que usavam burros de carga nas viagens de BH até João Monlevade. Na década de 1950 foi asfaltada (e passava dentro de João Monlevade onde hoje se localizam as avenidas Armando Fajardo, Getulio Vargas, Tieté, Santa Cruz) para receber cerca de 500 veículos por dia. Hoje são mais de 63 mil carros por dia.  No ano de 2010 contabilizou 9.890 acidentes com 334 mortes.
Torna-se claro a necessidade da duplicação. Mas, se os motoristas continuarem testando os limites dos carros, a matança vai continuar do mesmo jeito. Pense nisso e peça aos motoristas que você conhece para dirigirem com cuidado, com prudência, dentro da velocidade compatível com as retas ou curvas das estradas com a certeza de que “mais vale um minuto na vida do que a vida num minuto”.

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