quarta-feira, 21 de março de 2012

A TV, o dinheiro e a nossa vida!


Este assunto talvez não seja interessante para milhões de brasileiros que só se preocupam com seus interesses particulares, até que o imprevisto aconteça. É uma pena que só assim, diante de um acidente ou incidente, algumas pessoas abram os olhos para alguns fatores tristes do nosso cotidiano. Graças a Deus temos muito a comemorar, mas existe muito a lamentar como, por exemplo, a revelação da cobrança de PROPINA por empresas especializadas em licitações públicas. O esquema de “sangria” dos cofres públicos e superfaturamento de obras é antigo, todos sabem, está em todo lugar, mas nunca foi denunciado com tanta clareza. E foi pela TV Globo, o que provocou mais repercussão. Agora é cada cidadão ficar de “olho mais aberto” para ver se isso não acontece na sua cidade. Todo cidadão pode e deve conferir o preço da reforma de uma praça, do asfaltamento de uma rua, da construção de uma unidade de saúde, da compra de carteiras para escolas, do valor dos alimentos para a merenda, da contratação de vans para o transporte dos alunos, do custo das ambulâncias, do combustível e até do serviço de xérox. Um outro assunto “dahora” se refere ao atropelamento e morte de Wanderson Pereira da Silva, de 30 anos. Seu corpo foi dilacerado por um Mercedes SLR Mclaren, de R$ 3 milhões, na rodovia Washington Luís, na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro, na noite de sábado. Wanderson era ajudante de caminhoneiro e estava retornando para sua casa conduzindo uma bicicleta.  O carro era pilotado por Thor Batista, de 20 anos, filho do homem mais rico do Brasil, o empresário Eike Batista. Thor Batista tem registros de várias infrações no trânsito e mais de 40 pontos negativos no prontuário do Detran. Se o máximo permitido é 20 como você explica que esse cidadão ainda estar aprontando por aí, na direção de um carro e ainda matar uma pessoa? Para você ter idéia da violência do atropelamento o coração de Wanderson (segundo sua tia) foi parar dentro do carro de Thor. Agora, a Globo não deu nenhum destaque a esse acidente. Ninguém fez manifestação nas ruas do Rio de Janeiro. Alguém poderá dizer que foi só mais um acidente, e daí? Você deve se lembrar do empresário Antonio Bertolucci, de 68 anos, presidente do Conselho de Administração do Grupo Lorenzetti, que morreu após ser atropelado por um ônibus de turismo, na capital paulista. Protestos foram organizados em São Paulo, várias reportagens foram produzidas na televisão e nos jornais. A mesma atenção já não foi prestada ao acidente que matou de forma trágica o ajudante de caminhoneiro Wanderson Pereira da Silva. Agora você me responda: será  porque ele é pobre (tudo que tinha na vida era uma bicicleta) ou é porque o atropelador envolve um dos homens mais ricos do mundo?
 

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