quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

A doce e amarga profissão da Enfermeira

Tem profissão mais sacrificante do que a de Enfermeira?
É comum encontrar na Polícia Militar registro de ocorrência no Pronto Atendimento (PA) da Prefeitura de João Monlevade, com agressão a funcionários seja de forma verbal ou física. Alguns até pediram demissão pelos tapas, socos e ameaças que sofreram.
O atendimento no PA, pela estrutura, pelo número de funcionários e médicos que são obrigados a prestar atendimento a pacientes de Monlevade e cidades da região é bom. Esta é a unidade de pronto socorro mais requisitada da região, visto que os prefeitos dos municípios vizinhos não investem em saúde, mas na compra de ambulâncias para mandar seus doentes para João Monlevade.
Em uma unidade de saúde como do PA o trabalho é executado em ambiente de tensão, stress, raiva, dor, sofrimento e até fome por parte de quem chega. E é impossível você trabalhar em um local assim sem se envolver e se emocionar.
Pois as enfermeiras e técnicas de enfermagem são a “linha de frente” desta batalha que é permanente, encaram e tratam pessoas boas e ruins, conformadas e exaltadas. Recebem salários minguados sem direito ao pagamento de hora extra, sem prêmio produtividade, sem PRL e nem mesmo diária para refeição e viagens como recebem os vereadores.
No PA as profissionais da enfermagem são as primeiras a levar bronca dos pacientes mais impacientes. E a demora (que acho normal em um período de crise que tem levado hospitais à beira da falência) tem sido alvo de constantes reclamações por parte de cidadãos desprovidos de visão da realidade que acham que seus problemas são mais urgentes do que daqueles que estão na fila.
Agora, as denúncias contra o PA partem, principalmente, de pessoas ligadas a grupos políticos que fazem oposição à Administração Municipal. Alguns vereadores (que recebem salários de R$ 5.800,00 para participar de uma reunião ordinária por semana, com direito a secretária, carro, telefone celular e diária para viagens e almoço) estão neste grupo dos denunciadores. Neste caso eu até compreendo porque é um simples caso de politicagem. Agora, uma autoridade constituída como o vice-prefeito...
Fiquei sabendo que o Sr.Wilson Bastieri (que é melhor remunerado que o vereador) levou sua esposa ao PA no domingo de carnaval. Ela não estava passando bem. Inconformado com a demora esbravejou, bateu em portas, ameaçou os profissionais da enfermagem e os médicos, perguntou se eles sabiam quem ele era e depois disse que era o vice-prefeito.
Agora, se o cidadão que foi eleito para resolver esse dilema dá esse exemplo o que vai ser de nós, meu Deus? Há uma lenda que diz que o mundo acaba agora, em 2012. Pode ser verdade.
Mas, por essas e outras a pergunta que não se cala: será que vale a pena ser Enfermeira?
Tem que fazer curso técnico, trabalhar vários meses de graça no estágio, ou, fazer quatro anos de faculdade para, da mesma forma, trabalhar muito, ganhar pouco e, de vez em quando, levar bronca do médico, do paciente, do radialista, do vice-prefeito e ainda agüentar reclamação do marido, do filho...
Por tudo isso é que digo sempre: Enfermeira não é uma profissão, é uma virtude. Quem está na área trabalha para Deus. Cuidar de outra pessoa é executar um dos desígnios do Senhor, portanto, todo respeito com a Enfermeira será pouco.

Um comentário:

  1. Meu caro Francis, não fui ouvido por vc e, quem lhe falou a respeito do que ocorreu no PA, MENTIU.Terá que provar em local apropriado, fórum.

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